quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Fulgencios

Fulgencio Enéias do Nascimento e Ana Maria da Conceição são os pais de Gerônimo Fulgencio de Lima ( conhecido no Crato como Doutor Fulgencio ou ainda vovô doutor), Gerônimo casou-se com Raimunda Maria de Amorin ( seus pais eram Cassiano José de Morim e Camila Maria da Conceição. Gerônimo e Raimunda são pais de José Fulgencio de Lima que casou-se com Maria Aparecida Vieira de Lima ( seus pais eram Sebastião Vieira e Ângela Fabrim. José e Maria são pais de Jomas Fulgencio de Lima e Sebastião Jonadab Fulgencio de Lima, este casou-se com Luzia Fulgencio de Lima ( sues pais eram José Fulgencio de Lima e Aurora Maria Fulgencio de Lima) Sebastião e Luzia são pais de Emerson Fulgencio de Lima, Evandro Fulgencio de Lima e Erick Fulgencio de Lima. Emerson é pai de Guilherme Fossari Fulgencio de Lima e Lorenzo Canete Fulgencio de Lima. 

Segue uma carta enviada pelo vovô douto Fulgencio ao filho José ( que também aqui no sul era conhecido por Gerônimo).






Pensei isso!

 A melhor forma de resolver um problema é não criar outro.

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

FELIZ EXISTÊNCIA

Dia dez de dezembro aqui em casa sempre foi uma data de alegria. Durante muitos anos, acordar nesse dia era certeza de um almoço especial. Costela de forno embrulhada no saco de papel, mesa impecável e o bolo feito pela minha mãe para comemorar o aniversário do meu pai. Era mais um ano de vida do Sr. Sebastião Jonadab Fulgêncio de Lima. Seu Tião, Seu Lima, Jonadab (poucas pessoas sabiam e o chamavam por esse nome).

Ele contava sua idade de uma maneira costumeira e engraçada. Era hilário ouvir. Os conhecidos da época do mercadinho, familiares e amigos perguntavam: “Quantos anos, seu Tião/seu Lima?” E ele, mais que depressa, sempre sorrindo, dizia a idade seguida da expressão: “De feliz existência.” Hoje, estaria completando 73 anos. Acredito que ouviríamos ele falando várias vezes: “73 anos de feliz existência”. Como gostaria de ouvir ao menos mais uma vez...

Hoje, data em que lembramos do pai, amanheceu chovendo. Minha programação para o dia, um domingão, foi completamente alterada. Não teve pedalada de manhã, não teve pastel na feira, não teve Blue Park com amigos. Ficamos em casa, almoçamos juntos: minha mãe, Marilu e eu. E algo marcou meu dia 10. Todos os anos, minha mãe enfeita a casa para o Natal. Neste ano, as coisas estavam bem atrasadas por aqui. Resolvi ajudá-la na ornamentação.

Pode parecer simples, mas, ao tirar o presépio da caixa, não pude conter um momento de emoção. Parei, baixei a cabeça e muitas lembranças me vieram. Não sei se você sabe o que é um presépio e o que isso significa. A palavra presépio tem sua origem no latim praesepium – que significa apenas curral, cercado onde se guardam animais. E, no século XIV, tomou conotação religiosa de representação cênica do nascimento de Jesus Cristo numa estrebaria. É inegável que Jesus nasceu. Há controvérsias sobre datas, lugares, cenários sociais. Mas isso não importa.

No livro de Isaías, há uma profecia de que Ele viria como um bebê: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Em Miquéias 5:2, está a profecia de que Jesus nasceria em Belém. Em Mateus 2:4–6, os escribas sabiam que, segundo a profecia, o Messias nasceria em Belém. Jesus nasceu.

Meu dia 10 ainda não terminou. A surpresa foi ainda maior quando, no fundo da caixa dos enfeites de Natal, encontrei mais um presépio. Bem pequeno, em relação ao que estava montando. Mas sua presença neste momento trouxe lembranças gigantescas. O presépio pequeno está em nossa família há 40 anos. Foi um presente de Natal muito diferente que ganhamos de minha avó Aurora. Ela estava comprando presentes para todos os netos, e lembro que minha mãe a acompanhava para ajudar nas compras. O presente que ela escolheu para nós foi uma camisa de time.

Mas, em uma das lojas, havia um presépio. Meu irmão e eu ficamos brincando com os animaizinhos do presépio e, no final das compras, para nossa maior alegria e surpresa, ela nos presenteou com esse "pequenininho". Quantas lembranças... Meus avós, os Natais em família, tios, primos...

Um dos animaizinhos estava quebrado: o camelo. Demorei para encontrar a cabeça que faltava. Colando a cabeça do camelo que estava quebrada, parecia que minha cabeça é que estava em outros lugares...

MATHEUS E A IGREJA DO CORAÇÃO

Matheus e a Igreja do Coração

Emerson Fulgencio

Matheus era um menino que amava muito ir à igreja com seus pais. Ele ficava tão animado com o domingo que não via a hora de colocar sua roupa favorita, arrumar o cabelo e, claro, pegar a Bíblia que ele guardava com muito carinho.

(Ilustração: Matheus todo arrumadinho, sentado no sofá com a Bíblia no colo, esperando seus pais.)

Todo domingo, antes mesmo de seus pais estarem prontos, Matheus já estava na sala, bem comportado e com um sorriso no rosto, esperando ansiosamente para sair de casa. Ele sentia que ir à igreja era o melhor momento de sua semana! Na igreja, Matheus tinha muitos amiguinhos e amiguinhas, com quem adorava brincar e aprender.

(Ilustração: Matheus e outros amigos sentados com Jesus, rodeados de flores e luz, como se estivessem num campo bonito.)

— Olhem, papai e mamãe, — Matheus dizia com os olhos brilhando, apontando para um versículo da Bíblia. — Aqui está o que Jesus disse: "Deixai vir a mim os pequeninos!" Ele falou isso para a gente, sabia? — E papai e mamãe sorriam, orgulhosos.

(Essa é uma ótima oportunidade para abrir a Bíblia em Mateus 19:14 e ler a passagem para as crianças, explicando como Jesus ama e dá espaço para as crianças em seu reino.)

Na igreja, Matheus adorava o momento do louvor. Quando o pastor chamava todas as crianças para ir na frente cantar e dançar, ele se sentia super feliz! Era uma festa de alegria e amor, e Matheus amava ser parte dessa celebração.

(Ilustração: Matheus e seus amigos, de mãos dadas, dançando felizes na frente da igreja.)

Mas o momento que ele mais aguardava com todo o coração era o tempo da escolinha bíblica. Matheus adorava aprender sobre a palavra de Deus e a vida de Jesus. No domingo passado, a professora disse que iriam aprender sobre os milagres de Jesus, e Matheus estava super curioso.

— Mãe, o que é um milagre? — perguntou Matheus ao longo da semana, cheio de perguntas. Ele queria saber tudo sobre o que Deus poderia fazer.

(Ilustração: Matheus com um olhar curioso, fazendo perguntas enquanto sua mãe o escuta atentamente.)

Finalmente, chegou o grande dia! Quando ele entrou na escolinha, foi direto até a professora Márcia.

— Profe Márcia, o que é um milagre? — perguntou, com os olhinhos brilhando de curiosidade.

A professora sorriu e pediu para todos se sentarem.

— Olha, Matheus e amiguinhos, milagres são coisas incríveis, maravilhosas, que só Deus pode fazer! — ela explicou com calma. — Milagres são como sinais de que Deus é poderoso e cheio de amor por nós. Ele faz coisas que a gente não entende, mas que nos mostram que Ele pode tudo!

(Ilustração: A professora Márcia com um sorriso acolhedor, rodeada por crianças sentadas com os olhos atentos.)

Matheus ficou encantado com a explicação! Agora ele entendia que os milagres eram presentes especiais de Deus para ajudar e ensinar as pessoas. A partir daquele dia, ele ficou ainda mais ansioso para aprender sobre todos os milagres que Jesus fez e como Ele continua fazendo coisas incríveis na vida das pessoas.

Moral da história: Ir à igreja não é só sobre cantar e brincar, mas também sobre aprender coisas maravilhosas sobre Deus e Seu amor por todos. E, assim como Matheus, as crianças podem sempre contar com a igreja para crescerem, entenderem mais sobre Deus e se sentirem muito especiais no coração de Jesus.




quinta-feira, 14 de novembro de 2024

PA-PAI

PA-PAI

Emerson Fulgencio

Escreveu na parede uma palavra e saiu andando sem olhar para trás. Sua letra era trêmula, pontos fortes acarcados em algumas curvas da escrita. Sem diagnóstico preciso notava-se um certo temor. Ele foi, a palavra ficou. Um desabafo, um pedido de socorro? A palavra estava lá agora tão solitária... Parecia escrever algo que já estava gravado em seu coração. Deixara algo para trás. Os dias passaram.

Soou o sinal da escola. Hora de ir para casa. Mochilas nas costas as crianças tomam seu destino. Andam em grupos, algumas sozinhas, pais que vêm buscar, transportes. Movimento de porta de escola é bonito de se ver. Quanto abraço, quanto beijinho, quanto amor despreendido. É pai, é mãe, é avô, é avó, é tio, tio que não é tio, é tia, tia que não é tia, crianças correndo para o reencontro. Fome ao meio dia, cansaço às 18h.

O menino morava no bairro. Começara a estudar naquele ano.  Já estava naquela fase de soletrar tudo. Seus olhos eram ávidos, atendos a qualquer curvinha em que reconhecia uma palavra. Na placa da rua “pppapa-rrre”, na fachada dos comércios  “loo-jjja”. Estava lendo. Estava descobrindo o mundo da escrita e leitura. Nada escapava.

No caminho de casa - por morar pertinho da escola, tinha o privilégio de ir e vir a pé, ora correndo, ora voando - havia uma construção inacabada há anos. Suas paredes já rebocadas, mas sem pintura, estavam marcadas pelo tempo. O menino passava pertinho da edificação, a calçada era estreita, era a última esquina antes de chegar em casa.

Seus olhos foram atraídos por uma palavra, suas mãos passaram bem perto. Mais um desafio ao incipiente leitor. Mais uma palavra para decifrar. Aquela ele já havia lido algumas vezes no livro da escola, era mais fácil quando a memória fotografava a junção das letras. Em voz alta “pa-pai” era a palavra escrita na parede daquela  antiga obra.

Chegou em casa naquele dia com um nó na garganta. A mãe estava na cozinha como de costume. A tevê ligada, o som das panelas, aquele aroma inconfundível. O menino parou na porta. Mãe, por que não tenho pai? Ela sabia que ouviria isso um dia da boca da criança. Mas você tem pai, sim! Ela fala em uma resposta sem considerar que ele era apenas uma criança. Parecia resposta para adultos. Ela e ele não estavam prontos para aquele dia. Ela não imaginava que sentiria culpa por isso, ele não imaginava que um dia sentiria falta.

Panelas desligadas. Sentaram-se à mesa.

Esse dia chegaria. Chegou tão depressa pensou a mãe. Chegou tão tarde, suspirou o filho. Um pai. Perguntas começaram brotar nas duas cabeças de bocas caladas. Nem mesmo a mãe sabia o paradeiro do pai do garoto. Tão jovens, a gravidez os assustou de tal forma que até ela, se pudesse, teria fugido. Não em forma de abandono, sim em forma de incertezas. O que seria dali pra frente. Enfim, existia uma grande lacuna emocional nos dois. Ser pai e mãe em uma pessoa só na havia sido simples e agora o momento era de incerteza novamente.

Mãe!? Eu não tenho pai? Quem é meu pai? Onde ele está?  Por que ele nunca foi me buscar na escola?  Por que ele não vive aqui em casa? Por quê? Por quê? Por quê?...

O menino tomara coragem. Aquela palavra teria desencadeado centenas de dúvidas que ele talvez nem reconhecia ter. Um pai. Pa-pai. O que significava isso para quem não covivera um só dia com a figura paterna. Um pai é amigo, um pai é generosidade, um pai é proteção.  É exemplo de cumprimento de dever, de comida na mesa. Um pai é autoestima elevada. A ausência desnutri de carinho.

A mãe abaixa a cabeça, lagrimas que brotam nos olhos. O menino ainda que com pouca idade, percebe o sofrimento. O silêncio é quebrado por um tom de voz carinhoso: - Mãe, mamãe, me desculpe! Olhar terno: - Um dia eu vou crescer, você me ensina a ser pai pra quando eu ficar grande?

 

UM FILHO

Um filho

Emerson Fulgencio

Dona Alzira sabia que a vida é um fio, uma costura frágil. Seus dedos já enrugados de costureira seguiam firme no trabalho, mas a cabeça viajava para bem longe dali. Voltava para o passado, para a lembrança do pequeno Miguel, seu primeiro e único filho. Ele era a razão de tudo que ela fazia e, mais que isso, era a pergunta constante que a vida lhe propunha.

Certa tarde, em meio ao som rítmico da máquina de costura, ela se pegou a pensar nas três perguntas que um professor tinha lançado aos pais de seu bairro, durante uma palestra na escola do pequeno Miguel.

"O que é um filho?"

Pensou na resposta que já sentia no coração. Um filho não era só um pequeno ser, ou um reflexo de si mesma. O professor durante a palestra falou que em tupi a palavra "piá" significa "pedacinho do meu coração que anda". Um filho era um pedacinho não só do seu coração, mas de sua alma andando pelo mundo com um coração independente, um amor plantado fora do próprio corpo. Miguel era uma extensão do que ela era, mas também uma vontade própria, um destino que ela mal compreendia. "Um filho é a coragem que a gente aprende a ter quando o mundo assusta e o chão parece se abrir", pensou.

"Quanto custa um filho?"

Ah, essa pergunta! Dona Alzira riu sozinha enquanto ajeitava a bobina da máquina. Todos pensavam que o custo de um filho era a fralda, o leite, a escola. Mas, para ela, o verdadeiro preço era outro. Era o sono que se perdia, o medo que nunca se apagava, as noites em claro esperando por notícias, e o sorriso de alívio ao ouvir passos na porta. "O custo de um filho", sussurrou para si mesma, "é o pedacinho do coração que a gente entrega e nunca mais recupera. É dar o melhor de si e torcer para que seja o suficiente."

"Quanto tempo dura um filho?"

Essa última pergunta sempre ficava, pairando, como uma brisa silenciosa que mexe nos galhos e parece que vai dizer algo importante, mas não diz. O tempo de um filho, ela sabia, não se media em anos ou décadas. Miguel, mesmo crescido, seguia sendo seu menino, mesmo quando ele já havia saído de casa, seguido seu próprio caminho. Para ela, um filho durava para sempre, era uma semente de eternidade.

Dona Alzira terminou a costura e desligou a máquina, mas as perguntas ainda ecoavam. Ela suspirou, ajeitando a blusa puída sobre os ombros e lembrando-se dos olhos de Miguel, sempre com aquele brilho inquieto de quem quer saber do mundo. E, naquele instante, soube que, se a vida lhe pedisse, ela faria tudo de novo. Não se importando com a dificuldade, o medo, a incerteza, mas visualizando lá na frente, onde nem os olhos alcançam, que se não tivesse gerado, educado, conduzido o Miguel, a sua vida não teria, com certeza, sentido algum. 

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

"Escola de Pais" Fortalece Laços e Traz Reflexões na Escola Cívico-Militar Presidente Costa e Silva de Foz do Iguaçu-Pr

 "Escola de Pais" Fortalece Laços e Traz Reflexões na Escola Cívico-Militar Presidente Costa e Silva

A Escola Cívico-Militar Presidente Costa e Silva, situada em Foz do Iguaçu-PR, realizou nesta última quarta-feira, 13 de novembro de 2024,  mais um encontro da série "Escola de Pais", um evento mensal que tem como propósito oferecer orientações e metodologias para que os pais possam apoiar e educar melhor seus filhos. Com um público de mais de 60 pais, o evento contou com falas inspiradoras e momentos de reflexão, fortalecendo o compromisso entre família e escola na formação dos alunos.

A abertura foi conduzida pela diretora e professora Marilu Grassi ( idealizadora do projeto há ,mais de 10 anos), que compartilhou importantes conselhos e orientações em um discurso de aproximadamente 30 minutos. Em sua fala, Marilu destacou a importância de um envolvimento constante dos pais na vida escolar dos filhos, além de estratégias para apoiar o desenvolvimento acadêmico e pessoal dos estudantes.

O evento também contou com a presença especial de Luís Fernando Favorito Pasinitto, ex-aluno da escola nos anos 90. Em um depoimento nostálgico e motivador, João relembrou os anos em que estudou na instituição, ressaltando o papel da educação em sua trajetória de sucesso. Ele destacou como as lições e valores absorvidos na escola foram fundamentais para alcançar seus objetivos e reforçou aos pais a importância de estimular seus filhos a persistirem nos estudos.

Um dos momentos foi marcado pela fala do professor Emerson Fulgêncio, que trouxe um debate reflexivo para os pais com três perguntas provocadoras: "O que é um filho?", "Quanto custa um filho?" e "Quanto tempo dura um filho?". Sem respostas prontas, o professor convidou os presentes a participarem da reflexão, explorando juntos os valores e responsabilidades da paternidade.

O Sr. Silva, militar e um dos responsáveis pelo programa cívico-militar na escola, também teve seu momento para falar sobre os benefícios do modelo disciplinar implementado na instituição. Ele destacou o impacto positivo da presença de militares no ambiente escolar, reforçando o comprometimento com a disciplina e a ordem, valores que contribuem para o desenvolvimento integral dos alunos.

Ao final do encontro, os pais puderam se confraternizar em um café especial com bolos, biscoitos e batata-doce, típico lanche servido aos estudantes. A reunião foi um sucesso, promovendo um ambiente de apoio e colaboração entre escola e família, e reforçando a importância de uma educação pautada no respeito, na disciplina e no diálogo.