quarta-feira, 4 de junho de 2014

MENTE SÃ, CORPO SÃO – OS LIVROS PODEM MUDAR O MUNDO, OU AINDA “UM ENFERMO EM UMA SALA DE ESPERA NA QUAL NÃO SE FALA DE DOENÇAS”

“Em 1938, a menina Liesel Meminger está viajando de trem com sua mãe e seu irmão mais novo, quando ele morre. Sua mãe enterra o menino em um cemitério à beira da linha do trem e Liesel pega um livro, “O Manual dos Coveiros”, que foi deixado sobre o túmulo de seu irmão e traz o livro com ela.

Liesel é entregue a um lar adotivo em uma pequena cidade e mais tarde ela descobre que sua mãe a deixou porque ela é comunista. Sua madrasta, Rosa Hubermann, é uma mulher rude, mas cuidadosa e seu padrasto, Hans Hubermann, é um homem simples e bondoso.

Liesel faz amizade com o menino que mora na casa ao lado, Rudy Steiner, e eles vão juntos para a escola. Quando Hans descobre que Liesel não sabe ler, ele a ensina usando o livro dela e Liesel se torna obcecada pela leitura.

Durante um discurso nazista, quando os moradores são forçados a queimar livros em uma fogueira, Liesel recupera um livro para ela e a esposa do prefeito, Ilsa Hermann, vê o que ela fez.

Um dia, Rosa pede a Liesel que entregue a roupa que ela lavou e passou na casa do prefeito e
Ilsa convida Liesel para vir para sua biblioteca e diz que ela pode visitá-la quando quiser ler”.

Talvez você conheça essa história. Não!? É a sinopse (www.maniacosporfilme.com)  apresentada por um site para o filme “A menina que roubava livros – Coragem além das palavras”, inspirado no livro “A menina que roubava livros” de Markus Zusak. O livro é fantástico; a produção cinematográfica ficou às alturas da obra.
Sabemos que não é singular essa atitude, apresentada no livro/filme, de queimar livros. Ser proibido de ler.  Não ter conhecimento das letras, parece que durante muito tempo isso foi uma estratégia de governantes para dominar o povo, a igreja que o diga, Hitler sabemos o que fez...
Mas os tempos são outros e está cada vez mais evidente que a universalização do saber tem trazido à luz da humanidade um cidadão mais crítico, e este por sua vez tem se preocupado em tornar a informação, a arte, a cultura ainda cada vez mais presente na sociedade. Prova disso é a atitude de Eliane e Margarete Savallisch proprietárias de um café aqui em Foz do Iguaçu.
O local fica encostadinho ao Colégio São José, na esquina da av. Brasil com a rua Antonio Raposo, em um dos locais privilegiados de Foz. Para quem é mais antigo por aqui, lembra-se do hospital ali pertinho. O café chama-se Sava e o interessante é que nele as proprietárias privilegiaram um espaço com um “cantinho da leitura” nome de batismo da mesinha – já com falta de espaço, pois as doações de livros de diferentes gêneros textuais e literários foram muitas – que fica a disposição dos clientes e amigos a fim de que possam desenvolver uma boa leitura.
Eliane e Margarete contam que a ideia nasceu do fato da região ainda ser muito movimentada devido às inúmeras clínicas e laboratórios que por ali existem e os pacientes para não ficarem esperando em salas desses ambientes, buscarem um lugar, às vezes ao sol, com uma conversa mais agradável, “sem aquele papo de doente” diz ela. Então o agradável e o cultural tomaram seu espaço, um cantinho com um jornal diário, livros diversos, gibis, revistas, um privilégio sem dúvida alguma às pessoas, muitas oriundas de outras cidades,  que  escolhem o local para tomar um café e um lanche deliciosos e esperar por suas consultas e/ou exames.

A iniciativa é louvável, digna de congratulações. É notório que lugares como esses são diferentes, que empresários como esses são diferentes e não há como não reconhecer que isso vai além de um diferencial competitivo, transcende uma iniciativa que prima pelo aspecto humana, cultural, de formação intelectual e cidadão. Conto os dias para que práticas como essa tomem nossa cidade.
 
 

 

 

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