quinta-feira, 31 de outubro de 2019

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


   Para comemorar o 117° aniversário de Carlos Drummond de Andrade, o blog Mitá Arandu deixa registrado alguns dos poemas que merecem ser lembrados desse autor que é uma referência para o mundo.
    No dia 31 de outubro de 1902, nasceu na cidade de Itabira (interior de Minas Gerais), o menino Carlos Drummond de Andrade. Era o nono filho do fazendeiro Carlos de Paula Andrade e da dona de casa Julieta Augusta Drummond de Andrade.
    Cursou os primeiros anos escolares em Itabira, mas aos catorze foi colocado em um colégio interno em Belo Horizonte. Mais tarde veio a estudar também em um colégio interno em Nova Friburgo.
    O poeta publicou seus primeiros versos no Diário de Minas, onde veio a trabalhar no futuro como redator. Também ocupou o cargo de redator no Diário da tarde, no Estado de Minas e em A tribuna.
   Em 1925, casou-se com Dolores Dutra de Morais. Com ela teve dois filhos: Carlos Flávio (que morreu logo após o nascimento) e Maria Julieta.
    Em 1930, publicou o seu primeiro livro, Alguma poesia, impresso em uma tiragem pequena, com apenas 500 exemplares. Foi a primeira de uma série de coletâneas que viria a lançar.
    Em 1982, recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
    Morreu aos oitenta e cinco anos no dia 17 de agosto de 1987, doze dias após o falecimento da única filha, Maria Julieta.


Alguns poemas:

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.


JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?



POEMA DA NECESSIDADE

É preciso casar João,
é preciso suportar Antônio,
é preciso odiar Melquíades
é preciso substituir nós todos.

É preciso salvar o país,
é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.

É preciso estudar volapuque,
é preciso estar sempre bêbado,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.

É preciso viver com os homens
é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar O FIM DO MUNDO.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO - ENEM

Você conhece as competência avaliadas na redação do ENEM? Vale a pena conferir e lembrá-las sempre que for escrever um texto para a prova. Citaremos todas aqui no blog "Mitá Arandu", mas abordaremos em especial a competência 5.

Competência 1 - Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa.
Competência 2 - Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
Competência 3 - Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Competência 4 - Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Competência 5 - Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Essa última leva, segundo a coordenadora de Redação do Poliedro São Paulo, Gabriela de Araújo Carvalho,  em consideração quatro pilares fundamentais esperados pela banca avaliadora:
Agente;
Ação;
Modo ou meio;
Finalidade.

Uma proposta de intervenção adequada deve ser composta de um conjunto: "QUEM" fará "O QUE" e "COMO".




segunda-feira, 14 de outubro de 2019

O que significa a gíria “chévere”?

O que significa a gíria “chévere”?

Como se sabe, a língua falada é dinâmica e está em constante mudança. As gírias, assim como as demais variações linguísticas cada vez mais fazem parte do vocabulário de qualquer língua.
Hoje, vamos ver a palavra chévere, que tem seu uso em vários países de língua latina, desde a Venezuela até a Argentina. Alguns dizem que sua origem se deu em Caracas, capital da Venezuela.
Facilmente ela é ouvida nas ruas, e sua origem teria se formado a partir da junção de sílabas das palavras noCHEVEnezolano e RElación, algo como noite venezuelana para relacionar-se – o que não faz muito sentido com relação ao que ela é realmente usada.
Chévere então é usada quando se quer expressar que algo é "legal", "massa", "bacana". Vejamos alguns exemplos: 
Dicen que Caracas es el destino más chévere del Caribe. Dizem que Caracas é o destino mais legal do Caribe.
¡Qué chévere! Que legal!
Sería chévere ir al estádio. Seria bacana ir ao estádio.
Que chévere que conseguiste un nuevo trabajo. Que legal que conseguiu um trabalho novo.
A - ¿Hola, como le va? Oi, como você está?
B - ¡Chévere! Tô legal! 
Algumas outras variações são escutadas, como por exemplo: rechévere e cheverísimo, que nada mais são do que uma enfatização de chévere, algo como "muito bom", "muito bacana", "boníssimo" e “bacaníssimo”. Vejam só:
¿Terminaste tu tarea? ¡Rechévere! Terminou sua tarefa? Muito bom!
Estuvo rechévere la fiesta. A festa estava muito bacana.
Aquella película de la cual están hablando está cheverísima. Aquele filme de que estão falando está muito bom. 

terça-feira, 1 de outubro de 2019

OS LIVROS DE BOLSO DE ALERISSA LUCY

Alerissa e o Prof. Fulgêncio
(Foto - Abner)
Hoje o blog Mitá Arandu tem o prazer de apresentar... ou melhor, deixe que ela mesma se apresente:

"Meu nome é Alerissa Lucy, eu tenho 16 anos, estou cursando o segundo ano do ensino médio no Colégio Adventista de Foz do Iguaçu, gosto de tudo que envolve pessoas e movimentos culturais artísticos, como dança, música, literatura, desenho, entre outras coisas. Desde pequena sonho em viajar por todo canto espalhando as boas novas onde ainda não chegaram. Certa vez minha professora de inglês pediu para fazermos um trabalho sobre um conto em forma de livro de bolso, o professor Fulgêncio (meu professor de literatura) viu meu trabalho e se encantou, me pediu para fazer um trabalho para ele nesse mesmo formato. É prazeroso fazer um trabalho quando você gosta do que está fazendo, desenvolve com mais facilidade e não é cansativo. Pretendo continuar fazendo trabalhos nesse estilo, resumos de livros em forma de peças e também musicais". 

O trabalho ficou fantástico. Parabéns, Alerissa. Que talento!!!