sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A inclusão social nas escolas (excelente tema para o concurso de professores da prefeitura de Foz do Iguaçu)

A inclusão social nas escolas
Hoje há um significativo aumento de alunos com necessidade de educação especial nas escolas comuns.
*Noélia Sampaio 
A INCLUSÃO trata-se de uma inovação, porém precisa ser bastante discutida para que seu sentido não seja distorcido e que não se torne um movimento polemizado. Inserir alunos com necessidades especiais nas escolas sejam elas de cunho público ou privado e sejam eles com quaisquer deficiências, permanentes ou temporárias, nada mais é que garantir um direito ao cidadão e isso é previsto em diversas leis esparsas e principalmente na Constituição Federal.
A INCLUSÃO social é, portanto, um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, seja nos ambientes físicos, no meio jurídico, na mentalidade das pessoas e do próprio Portador de Necessidades Educativas Especiais.
O acesso à escola contribui consideravelmente para o processo de desenvolvimento humano, visto que é por meio dela que os portadores de necessidades educativas especiais bem como as pessoas que participam desse processo se beneficiam, pois desenvolvem atitudes positivas mutuamente, que se tornam ganhos tanto em habilidades acadêmicas como sociais para uma melhor preparação na vida em comunidade.
Para se ajustar a essa realidade a escola precisa focar nos desafios que serão provocados por essa inovação, nas ações que serão implementadas quando da efetivação desse aluno nas turmas escolares e principalmente o cuidado na formação de profissionais para atender esta nova demanda escolar que antes era submetida ao ensino especializado.
Hoje há um significativo aumento de alunos com necessidade de educação especial nas escolas comuns. Os alunos que fazem parte desse contexto, na maioria dos casos, não são apenas deficientes físicos, mas crianças e adolescentes com distúrbios neuromotores, hiperatividade, que sofrem de diversos outros transtornos ou simplesmente tem problema de conduta, por isso a escola precisa conhecer o perfil de cada um, de acordo com suas especificidades, sem cair nas teias da educação especial e suas modalidades de exclusão.
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases), uma lei criada no ano de 1996, defende uma educação especial inserida no sistema regular de ensino. O artigo 58 dessa mesma lei cita como o conceito de educação especial, o seguinte: “entende-se por educação especial para os efeitos dessa lei, a modalidade de educação escolar, oferecido preferencialmente na rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiais”.
Ainda na CF, examina-se quanto ao princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III), da igualdade (art.5º), da garantia da educação para todos (art. 205) e da prioridade absoluta (art. 227), onde se ratifica que tudo isso é dever de dar à criança e ao adolescente, principalmente em relação à educação.
De forma mais específica, a Constituição Federal se refere ao atendimento educacional especializado aos portadores de deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino, assim estabelecendo:
“Art. 208 – O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;”
No também artigo 209 da CF, garante o ensino livre na iniciativa privada, desde que entendido o cumprimento das normas gerais da educação, bem com a autorização e a avaliação de qualidade pelo poder público.
A Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminações (Lei 3.956/2001) estabelece que as escolas deverão ser inclusivas e, além disso, deverão adotar medidas para assegurar que as pessoas encarregadas de aplicar a referida convenção e as normas vigentes na legislação atual estejam capacitadas a fazê-lo.
E no Estatuto da Criança e do Adolescente, o inciso III do art. 54 determina: "atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino"
Mister se faz observar, que a garantia dada a Criança e ao Adolescente que necessita de educação especial é extensa e tem guarida em todos os diplomas legais acima citados.
Portanto, deve-se entender que, seja na escola pública ou na iniciativa privada, a escola deve ser comprometida com a educação, pois possui os mesmos deveres que o Estado no que diz respeito ao cumprimento das normas gerais da educação, o que prevê a adoção de todos os meios necessários para a garantia daqueles que necessitam de cuidados especiais no aprendizado.
Esta posição legal contempla uma educação integrada no sentido de excluir no meio dos ditos “normais”, às crianças portadoras de necessidades especiais, levando em consideração que, a criança excepcional seria melhor estimulada nos aspectos cognitivo, social e afetivo.
A INCLUSÃO de alunos excepcionais nas escolas não é uma conquista fácil, mas faz-se possível e necessária, pois para que esta se torne realidade, o sistema educacional deve se reestruturar deixando transparente que não são os deficientes ou portadores de necessidades educativas que devem se transformar para se integrar a escola e sim a escola que deve se adaptar para recebê-los.
O principal desafio da escola inclusiva não reside nos recursos materiais, mas em desenvolver uma pedagogia centrada na criança e capaz de educar a todos, sem discriminação, respeitando suas diferenças, seus limites; uma escola que compreenda a diversidade social da criança e ofereça respostas adequadas às suas características e necessidades, solicitando o apoio da família, das instituições e especialistas quando necessário.
A escola precisa se ater na filosofia, na existência de uma equipe multidisciplinar eficiente e no preparo e na metodologia do corpo docente.
Falar em INCLUSÃO hoje ainda é um grande desafio, porque simplesmente a sociedade possui barreiras para separar a escola do aluno com necessidades especiais. A primeira e a mais difícil, é o preconceito, além da estrutura física e a falta de conhecimento a respeito dos direitos dos deficientes por parte dos seus familiares, em saber como lutar por esses direitos, pois não se sabe nem mesmo que eles existem.
A falta de conhecimento também reside nos profissionais, sejam da escola onde se encontra o aluno bem como do judiciário.
O aluno com necessidade de educação especial não precisa ser excluído da escola comum, pois o desenvolvimento da autonomia e das potencialidades do aluno independe do grau de suas necessidades especiais.
O aluno, por exemplo, que sofre de hiperatividade ou transtorno de déficit de atenção tem a sua concentração prejudicada, mas esse distúrbio não compromete o desempenho intelectual do aluno.
O aluno portador de Síndrome de Down tem capacidade de aprender, dependendo da estimulação recebida e da maturação do desenvolvimento afetivo e emocional passado à criança.
Portanto é imprescindível que conheçamos o conceito inclusivista para que possamos fazer parte da construção de uma sociedade para todos que independa de cor, idade, gênero, necessidade especial ou qualquer outra atribuição humana.
Uma escola pode ser considerada inclusiva, quando não faz distinção entre seres humanos, não seleciona ou diferencia com base em julgamentos de valores como perfeitos e não perfeitos, normais e anormais.
INCLUSIVA, é aquela escola que proporciona uma educação voltada para todos, de forma que qualquer aluno que dela faça parte, independente deste ser ou não portador de necessidades especiais, tenha condição de conhecer, aprender, viver e ser, num ambiente livre de preconceitos que estimule suas potencialidades e a formação de uma consciência crítica.
Na escola, portanto, essa INCLUSÃO na educação deve somar também a inclusão no lazer, na sociedade e principalmente no coração. Quando isso se realizar podemos falar de vida inclusiva.
“ a ignorância é a mãe de todos os males”. (Françóis Rabelais).
*Texto escrito por Noélia Sampaio - Advogada, pós graduada em Direito do Trabalho e Membro da Comissão de Promoção da Cidadania da OAB/PI


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

DICAS PARA UMA BOA REDAÇÃO

GALERA, SEGUE O LINK DE UM MATERIAL BACANA QUE ORGANIZEI PARA AJUDAR A TODOS EM SEUS VESTIBULARES, CONCURSOS E ENEM. ESPERO QUE POSSA CONTRIBUIR.

GRANDE ABRAÇO

PROFESSOR EMERSON

https://drive.google.com/file/d/0B93uSagnPDeccFBHSGIzMVRVTXc/edit?usp=sharing

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

PROCRASTINAÇÃO - Deixa para depois

A procrastinação não é exclusividade do ambiente profissional; crianças e adolescentes também enfrentam esse problema na escola e ajudá-los é uma tarefa do educador 


Quem nunca passou horas em frente à televisão enquanto deveria estar escrevendo um trabalho? Quem nunca ficou com raiva de si mesmo por ter adiado uma tarefa importante sem, aparentemente, nenhuma justificativa? Ou ainda, quem nunca disse que só consegue trabalhar sob pressão, com prazos curtíssimos? Ao contrário do que pode parecer, adiar atividades e compromissos não é um problema individual, mas um comportamento comum a todos e que tem nome: procrastinação.
As pesquisas referentes à procrastinação dão maior evidência ao seu impacto na vida profissional, entretanto, na maioria dos casos esse comportamento começa no próprio ambiente escolar e consequentemente se repete no ensino superior e na carreira profissional.
Estudar uma noite antes da prova, acumular lições de casa ou escrever o trabalho que deveria ser feito ao longo de um mês em apenas um dia são comportamentos recorrentes no cotidiano de estudantes do ensino fundamental e médio. Os procrastinadores costumam ser tachados de preguiçosos, mas psicólogos alertam que procrastinação não é sinônimo de ócio; significa simplesmente realizar outras atividades menos importantes no lugar da pretendida.
De modo geral, a procrastinação escolar é uma disfunção dos processos de autorregulação da aprendizagem. "A autorregulação é um tipo de aprendizagem onde eu moldo meus comportamentos em direção a determinado objetivo. O aluno que procrastina faz uma planificação inadequada das tarefas e não consegue proteger dos distratores sua intenção de terminar determinada atividade", explica Pedro Rosário, psicólogo e professor na Escola de Psicologia da Universidade do Minho, em Portugal, e coordenador do Grupo Universitário de Investigação em Auto-Regulação.
Além do mau gerenciamento do tempo, a psicóloga e mestre em Educação Rita Karina Sampaio aponta que as pessoas tendem a protelar atividades que consideram desagradáveis ou as quais não se julgam boas o suficiente para realizar. A resposta para a ansiedade diante das provas, por exemplo, pode ser o adiamento do estudo. "O medo de falhar faz com que as pessoas usem o que chamamos de estratégias auto-prejudicadoras para que essas crenças não se concretizem de fato", diz.
A psicóloga conta que a maior parte dos alunos entrevistados para sua dissertação de mestradoProcrastinação acadêmica e autorregulação da aprendizagem em estudantes universitários, defendida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pontuou que já procrastinava na escola. O dado traz um questionamento incômodo: se a procrastinação é um problema que vem desde a educação básica, por que ela não é identificada e combatida desde o princípio?
Uma das justificativas pode ser a falta de ferramentas para relacionar a procrastinação ao rendimento escolar. Segundo Rita, o professor pode ter em sala de aula uma criança com boas notas, mas que depois de uma semana da avaliação não vai se lembrar mais do que escreveu, já que pessoas que têm o hábito de procrastinar encontram mais dificuldade em estabelecer estratégias de aprendizagem profundas.
Por isso ela defende que os professores da educação básica precisam ensinar as crianças e adolescentes a gerenciar seu tempo. "São necessárias uma orientação e regulação externas. Alguém para refletir com o aluno o melhor horário para fazer a lição de casa, onde ela deve ser feita, como a agenda deve ser organizada. Tarefas com prazos muito longos, por exemplo, precisam ser divididas em metas para o aluno não se perder", avalia.
PrevençãoO ditado popular não engana: mais vale prevenir do que remediar. Com esse intuito, o psicólogo Pedro Rosário criou o projeto Sarilhos do Amarelo: promoção da autorregulação em crianças sub10, o irmão mais novo de uma série de ferramentas educativas desenvolvidas pela equipe de investigação em autorregulação da Universidade do Minho em parceria com professores da Universidade de Oviedo, em Portugal.
A ideia é promover competências de autonomia e autorregulação da aprendizagem o mais cedo possível para ajudar as crianças a driblar, ou até mesmo evitar, a procrastinação e capitanear o aprender. "A autorregulação permite que o estudante desempenhe um papel ativo na aprendizagem, pesquisando, questionando, lendo, resolvendo problemas. Ou seja, indo além dos conteúdos concretos relativos às disciplinas", esclarece Rosário.
O projeto está ancorado na história das sete cores do arco-íris e dos demais seres que habitam o Bosque-sem-Fim. Certo dia, o Amarelo desaparece e seus irmãos saem em uma aventura em busca da cor. A história é escrita de forma que os professores possam trabalhar estratégias de aprendizagem com as crianças, como estabelecimento de objetivos, organização do tempo, trabalho em grupo, monitoramento das tarefas, tomada de decisões e avaliação dos processos.
Em determinado momento da jornada, por exemplo, as cores do arco-íris encontram a Formiga-General, que introduz o conceito PLEA (Planejamento, Execução e Avaliação). Ali, aprendem que para encontrar a cor desaparecida elas teriam primeiro que planejar suas ações, distribuir o tempo total pelas tarefas, monitorar a execução do plano e, por fim, avaliar se cumpriram seus objetivos a cada etapa concluída.
É importante lembrar que mesmo as crianças autorreguladoras não devem ser deixadas sozinhas no processo de ensino-aprendizagem. Pelo contrário, elas também devem buscar e encontrar o apoio necessário para alcançarem satisfatoriamente seus objetivos, de modo que o trabalho desenvolvido pelo projeto Sarilhos do Amarelo seja articulado não só pelos educadores, mas também pelas famílias.
O projeto foi publicado no Brasil com o título As travessuras do Amarelo, pela editora Adonis. Além do livro direcionado para as crianças, os autores colocaram à disposição de professores e pais um guia com orientações no site http://www.portoeditora.pt/pdf/CPGL_SA_96999_10N.pdf


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

CORAÇÃO DE VIDRO - GABRIELLA GITIMAYER

Apertei as mãos contra o peito encarei a porta do quarto do quarto de hospital, ela estava apenas encostada, esperando que eu a empurrasse e adentrasse àquele local doentio.
Minhas pernas tremeram e senti que iria ao chão a qualquer momento, tentei não prestar atenção na voz feminina chamando por seu nome, aquele som repleto de dor e desespero.
Afastei-me da porta e corri sem me importar com quem estivesse no caminho. Eu não tinha o direito de estar ali, porque aquilo era minha culpa.
Eu havia diminuído no tempo de vida do único filho daquela mulher. Se eu não tivesse aceitado aquela transferência, se eu não acordado aquela madrugada àquela noite e o encontrado sentado na grama observando a lua, se eu não tivesse me juntado a ele e se eu não tivesse me apaixonado por aquela criança no corpo de um adolescente, nada disso teria acontecido e nesse momento, mais que tudo, queria que o tempo voltasse.
Lembro-me de quando nos beijamos pela primeira vez, o quão feliz fiquei e nunca quis ser separado de você, mas, agora, trocaria tudo por mais tempo para você, para nós.
O grito, tenho certeza, foi ouvido por todo o hospital, minhas pernas finalmente falharam e não consegui me manter em pé, minha cabeça foi contra o asfalto do estacionamento e as lágrimas embaçaram minha visão. Aquele som ecoava como um aviso.
O seu tempo de vida nesse mundo havia acabado e talvez o meu não durasse muito mais.
GABRIELLA GITIMAYER É ALUNA DO 2° ANO DO ENSINO MÉDIO

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A CRIAÇÃO DO TEMPO - ABNER F. T. CAMILLOZZI

SONETO PRODUZIDO EM AULA DE REDAÇÃO POR ALUNO DE ENSINO MÉDIO

A Criação do Tempo
Ali nos cantos escuros do vazio,
Surgia há tempos o bem desejado,
Na grande explosão do cosmos, Silêncio!
Tudo se ouve, no espaço inabitado.
Ouvir-se-ia o som, então, do Tempo.
Se, porém, nosso maldito pecado,
Outrora permitisse à sabedoria,
Pouco de tempo para filosofia.
Penso, o Tempo é contínuo, cobiçado.
Penso que o presente vira passado.
Tempo não volta, deve ser amado.
O tempo sempre vai ser dizimado.
Aproveitar devemos. É chegado
O Tempo em que não haverá mais. Tempo!
Abner F. T. Camillozzi

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

LAVÍNIA

Entrou no quarto e fechou silenciosamente a porta.
Não acendeu a luz, preferindo ligar um pequeno abajur que iluminou debilmente o aposento. Deu alguns passos em direção à cama e sentou-se numa banqueta.
- Lavínia - murmurou - já estou aqui . Suspirou.
- Demorei um pouco, porque a governanta não queria me largar. Maldita! Tive que mentir que ia ao banheiro. Não foi boa essa, Lavínia? No banheiro. Soltou uma risadinha; um cão latiu ao longe, como se estivesse respondendo. Ela olhou com ansiedade pela janela. Nada viu. O gramado bem tratado brilhava à luz da lua. Folhas de plátano boiavam na piscina.
- Agora está tudo bem. Vou cuidar de ti como só eu sei fazer. Antes de mais nada, um banho; um bom banho fluente, de imersão. Vou prepará-lo agora mesmo. A governanta não quer que eu me aproxime da banheira. Diz que é perigoso, para uma menina de dez anos.
Ouviste esta, Lavínia? Perigoso para mim! Naturalmente, ouço e calo. Posso responder àquela ignorante? Nem sequer falamos a mesma linguagem: o meu vocabulário é maior, mais rico,
 mais expressivo. Leio numa semana mais livros do que ela em toda sua vida.
Abaixou-se, tirou os sapatos. - Não devemos fazer ruído.
Do bolso do casaco extraiu um pacote.
- Adivinha o que tenho aqui, Lavínia. Não adivinhas?
Pois, exatamente: marrom-glacês. Marrom-glacês! Não é ótimo? E olha que me deu trabalho surrupiá-los. Mas eu o fiz: nas ventas da governanta. Vou colocá-los aqui, na mesinha de cabeceira. Serão saboreados depois do banho, não antes: banho com estômago cheio é perigoso, dizia papai. Calou-se bruscamente e ficou a olhar pela janela. Depois disse, sem se voltar:
- Vais vestir o teu pijama de flanela azul, deitar na cama, acender a lâmpada de cabeceira e ler o teu livro predileto, saboreando os doces. Não é uma boa idéia, Lavínia? Me diz: alguém cuida tão bem de ti como eu? Mas assim deve ser, pois todos os outros são inimigos. Mamãe, aquele homem que vem aqui e a governanta.
Inclinou-se para a cama:
- E agora vem o melhor. Sabes o que vou fazer, antes de dormires? Vou te acariciar: passarei minha mão bem de leve em teu rosto suave, em teus cabelos de ouro, em tuas pálpebras macias. E, Lavínia - bem, isto não posso prometer, mas farei todo o possível - cantarei para ti.
Cantarei baixinho aquela música que papai ensinou antes de morrer, aquela em francês, te lembras? Sobre as meninas solitárias. Estarás bem enroladinha no cobertor, como uma larva no casulo. E eu te darei boa-noite...
A porta se abriu. Era a governanta, iluminada pela luz forte do corredor.
- Lavínia - disse ela, em voz baixa. - Não há ninguém aqui além de ti, vês? Estás falando sozinha - de novo. Agora, põe teus sapatos e desce; tua mãe e aquele senhor querem te dar boa noite.
Vão sair.
Arrumou-se vagarosamente. A governanta esperava, sorrindo sempre. Antes de sair,
Lavínia voltou-se para a cama e piscou um olho.
- Volto já - murmurou.

SCLIAR, Moacyr. Os melhores contos de Moacyr Scliar 
(seleção e prefácio deRegina Zilberman). 3ª ed. São Paulo: Global, 2003.

domingo, 21 de abril de 2013

100 PRINCIPAIS ERROS ENCONTRADOS EM UMA REDAÇÃO


Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, como ocorrem com maior frequência, merecem atenção redobrada. Veja os cem mais comuns do idioma e use esta relação como um roteiro para fugir deles.
1. "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
2. "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
3. "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
4. "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam ideias.
5. Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
6. Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
7. "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
8. "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
9. "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
10. "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
11. Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
12. Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
13. O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
14. Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinquenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).
15. Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
16. Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
17. Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.
18. "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
19. "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.
20. Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
21. Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
22. Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
23. Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
24. O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
25. A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
26. Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
27. "Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
28. Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
29. A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.
30. Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.
31. O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).
32. Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
33. "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
34. O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.
35. Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
36. "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.
37. A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
38. A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
39. Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
40. Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.
41. Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
42. "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
43. Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.
44. Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
45. Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
46. Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.
47. Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
48. O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon.
49. As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
50. Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").
51. Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
52. Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
53. A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.
54. Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
55. Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
56. Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
57. O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
58. À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
59. Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).
60. Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
61. A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)
62. Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.
63. Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.
64. Fique "tranquilo". O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige trema: Tranquilo, consequência, linguiça, aguentar, Birigui.
65. Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
66. "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.
67. Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
68. Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
69. Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").
70. Vou sair "essa" noite. É este que desiga o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
71. A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
72. A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa ma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.
73. Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
74. Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.
75. Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
76. Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeque", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.
77. Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc.
78. Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc.
79. Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
80. O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.
81. A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...
82. Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
83. Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), polo e polos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
84. "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
85. A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
86. Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
87. O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
88. Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
89. "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras).
90. A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas").
91. O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
92. "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
93. A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
94. É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...
95. Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si").
96. Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
97. A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg.
98. "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas ideias...
99. Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
100. "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

FORMATURA UNIP - COLÉGIO COOPERATIVA - 2013

NO DIA 30 DE MARÇO DE 2013, REALIZAMOS COM MUITA ALEGRIA A FORMATURA UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA - POLO COLÉGIO COOPERATIVA - FOZ DO IGUAÇU. FORAM 04(QUATRO) GRADUADOS DO CURSO DE MATEMÁTICA E 01(UM) DO CURSO DE LETRAS. AGRADECEMOS A PRESENÇA DOS FAMILIARES E AMIGOS. SUCESSO AOS NOVOS PROFISSIONAIS.
 NA FOTO ( da esquerda para a direita) : Coordenador do polo - Claudio Brandalise; Licenciada em Letras - Maria Aparecida ( Cidinha ); Licenciados em Matemática - Roberta, Vilcimara, Jeferson (Umuarama ) e Guilherme;  Diretora do Colégio Cooperativa - Flávia Araujo; e o Diretor do polo e Presidente da Cooperativa Educacional de Foz do Iguaçu - Emerson Fulgencio.

VOCÊ SABIA? COISAS DA GRAMÁTICA - 1

Podemos dizer que oficialmente a palavra “gol” 
tem três plurais:
 “gois" (com “o” fechado),
 “goles” (com “o” também fechado) e
 “gols”.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

terça-feira, 12 de março de 2013

INTERTEXTUALIDADE

ESSA É PARA A GALERA DO 1° ANO - ENSINO MÉDIO


COMO SERIA A HISTÓRIA DE CHAPEUZINHO VERMELHO NA MÍDIA ATUAL?
JORNAL NACIONAL
(William Bonner): Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem.
(Fátima Bernardes): mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia.
FANTÁSTICO
(Glória Maria): Que gracinha, gente! Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi
retirada viva da barriga de um lobo. Não é mesmo querida?
CIDADE ALERTA (Datena): Onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? A menina ia para
a casa da avozinha a pé! Não tem transporte público! E foi devorada viva. Põe na tela! Tem um
"link" para a floresta, diretor?
CLÁUDIA
Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.
O ESTADO DE S. PAULO
Fontes confirmam que Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT.
VEJA
EXCLUSIVO! Ações do Lobo eram patrocinadas pelo governo LULA e o PT.
Páginas Amarelas VEJA:
"Está claro que houve tentativas de quebra de sigilo bancário da Chapéu por parte de Dilma e Tasso
Genro. Eles têm que cair. " Arthur Virgílio
ESTADO DE MINAS
Chapeuzinho come o lobo enquanto o lenhador vai pra floresta com a vovó.
ZERO HORA
Avó de Chapeuzinho nasceu no RS.
AGORA
Sangue e tragédia na casa da vovó.
CARAS
Chapeuzinho fala a CARAS: - “Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida.
Hoje sou outra pessoa”.
ISTOÉ
Gravações revelam que lobo foi assessor de influente político de Brasília.
O FUXICO
A toca do Lobo era na mata atrás da casa do Marcos Valério.
EXAME
Por que o atual modelo estatal favorece os negócios com lobos.
ÉPOCA
Exclusivo: Caixa do PT financiou atividades do lobo.
(Fonte: www.midianarede.com.br)

sexta-feira, 1 de março de 2013

BEM FEITO ou BENFEITO?

Explicação de 

Segundo o novo acordo ortográfico, "bem" se agrega com hífen a palavras com que ele forma uma unidade semântica (adjetivo ou substantivo composto): bem-aventurado, bem-criado, bem-humorado, bem-educado, bem-nascido, bem-sucedido, bem-vindo, bem-visto (estimado).


Mas não para nisso: pelo mesmo acordo, "bem" se aglutina com o termo seguinte em formações como benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença, benquerer, benquerido, benquisto.


Sem dúvida, “benfeito” é a grande novidade que o acordo ortográfico trouxe no caso de palavras compostas com “bem”.


E o chato é que é mais um complicador para quem escreve, pois nem sempre será “benfeito”.


Quando, por exemplo, o conjunto representa um advérbio modificando um verbo/particípio, escreve-se “bem feito”. Exemplo: “O bolo foi bem feito por Maria”.


Repare que o exemplo é uma oração na voz passiva e que é possível a inversão dos termos: “O bolo foi feito bem por Maria”.


Além disso, se “bem” sair da frase, o sentido não será prejudicado: “O bolo foi feito por Maria”.


Também é “bem feito”, separado, quando é uma expressão interjetiva: “Bem feito para você por não seguir meus conselhos!”


E quando escrevemos “benfeito”, junto?


Quando o conjunto “bem + feito” (= benfeito) representa um adjetivo qualificando um substantivo: “Um bolo de noiva benfeito é trabalhoso”.


Repare que neste caso a inversão dos termos resulta numa frase estranha: “Um bolo de noiva feito bem é trabalhoso”.


E, se “bem” sair, o sentido será prejudicado: “Um bolo de noiva feito é trabalhoso”.