Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.
Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.
Não é amigo aquele que alardeia a amizade: é traficante; a amizade sente-se, não se diz.
Lágrimas não são argumentos.
Eu não sou homem que recuse elogios. Amo-os; eles fazem bem à alma e até ao corpo. As melhores digestões da minha vida são as dos jantares em que sou brindado.
Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem que assim é que a natureza compôs as suas espécies.
Há coisas que melhor se dizem calando.
UM BRINDE AO MESTRE MACHADO DE ASSIS
(29-09-1908 a 29-09-2008)
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Leio, logo existo.
Um comentário crítico e estimulante sobre a Literatura e a arte de ler.
É incrível! Há quinze anos sou professor de Língua Portuguesa e Literatura e sempre, mas sempre mesmo, tem um aluno ou outro que me pergunta nos primeiros dias de aula por que devemos estudar Literatura. Uma pergunta um tanto quanto simples, mas acredito que poderá ser a chave para excelentes aulas no decorrer do ano. E ainda mais, o aluno que perguntou isso, talvez só pelo fato de perguntar, estará dando abertura para uma discussão que ele mesmo iniciou, ou seja, você começou, agora terá que ir até o fim. E a resposta começa a se organizar.
Sabemos que a Literatura é uma entre as diversas manifestações artísticas da humanidade. E como as demais criações humanas, apresenta-se com valores estéticos, tais como beleza, equilíbrio, harmonia ou até mesmo revolta e isso tudo representará as emoções, a história de um determinado grupo de pessoas em uma época específica e sua cultura.
O homem cria tudo, desde objetos para instruí-lo nos diversos ramos de atividade, os famosos manuais, até objetos para atender suas necessidades básicas, tais como, um chuveiro, os chinelos e até mesmo um garfo. E a Literatura, também objeto de sua criação – a imitação da vida – vem como produto para o mundo saber o que pensa, para se distrair, e o mais importante, esta fantástica criação permite-nos explicar e descrever a história, permite-nos outras formas de olhar as coisas, de interpretar situações. A Literatura é uma criação que instrui, distrai, ajuda, e existem casos em que representa até mesmo a cura.
O que um professor procura fazer em suas aulas é que os alunos passem a conhecer e reconhecer posteriormente esta manifestação artística, bem como os contextos em que estão inseridas, características pertinentes a cada período literário e o mais importante, os autores e suas respectivas obras. Um exemplo bem interessante pode-se figurar assim: Machado de Assis é um escritor brasileiro, nascera no período em que o Brasil estava vivendo uma das maiores transformações de sua história, estávamos a poucos anos da vinda da família real portuguesa para cá, esta havia construído uma Rio de Janeiro totalmente diferente do que eram as demais cidades brasileiras. Cultura, entretenimento, política passavam a ser assuntos muito importantes para a população intelectual da época. Machado, apesar de pobre, filho de um pintor de paredes com uma lavadeira portuguesa, neto de escravos alforriados, e, ainda por cima, epilético, por mais que tivesse tudo para dar errado na vida, com apenas 16 anos, influenciado pelas novas maneiras que a época lhe permitia de interpretar a vida, empregou-se no jornal carioca “Marmota Fluminense” e em pouco tempo publicou sua primeira poesia. Deixava de ser o menino Joaquim Maria e se transformava no imortal Machado de Assis, escritor do Romantismo e Realismo, autor de obras como “Dom Casmurro”, “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Quincas Borba”, responsável por uma ironia refinada e sutil.
Com a Literatura, e as demais artes, é claro, podemos ver as transformações do mundo e das pessoas, podemos conhecer e ouvir o diálogo entre gerações. Podemos nos transformar, como no caso de Machado de Assis. Mas para alguns parece que não é bem assim. Quando se fala em Literatura, a ela está atrelada a leitura, nasce um dilema entre os brasileiros. Parece que ler é como se estivessem pagando uma pena alternativa, cumprido a um castigo. Muitos no Brasil não gostam de ler. Outros milhares ainda não despertaram o gosto pela leitura. Pesquisas afirmam que o brasileiro lê em média 2 livros por ano. É pouco. O pior é que acredito que muitos que estiverem lendo este texto ainda não completaram suas cotas.
Assustador. Mas parece que estamos caminhando para um bom “final feliz”. Costumo desafiar meus alunos diariamente e ainda nessa aula na qual estarei respondendo a tal pergunta sobre a Literatura darei uma dica que ficará como marca para o futuro leitor que acredito que se tornará. É fácil, pois se uma pessoa que ainda não tem o hábito de leitura lê uma página em apenas três minutos – pode fazer o teste – acredito que lerá 10 páginas em apenas meia hora (meia horinha por dia não cansa ninguém). Obviamente lerá 100 páginas em cinco horas, ou seja, dez dias. Se analisarmos que a maioria dos livros tem em média de 150 a 300 páginas, nota-se que não será difícil. O único fato a que o futuro assíduo leitor deverá ficar atento é que com uma boa disciplina irá longe. Parece fácil, não? Garanto que valerá a pena tentar.
Emerson Fulgêncio de Lima
Graduado em Letras e Pós-Graduado em Literatura pela UNIOESTE – FOZ DO IGUAÇU
Sabemos que a Literatura é uma entre as diversas manifestações artísticas da humanidade. E como as demais criações humanas, apresenta-se com valores estéticos, tais como beleza, equilíbrio, harmonia ou até mesmo revolta e isso tudo representará as emoções, a história de um determinado grupo de pessoas em uma época específica e sua cultura.
O homem cria tudo, desde objetos para instruí-lo nos diversos ramos de atividade, os famosos manuais, até objetos para atender suas necessidades básicas, tais como, um chuveiro, os chinelos e até mesmo um garfo. E a Literatura, também objeto de sua criação – a imitação da vida – vem como produto para o mundo saber o que pensa, para se distrair, e o mais importante, esta fantástica criação permite-nos explicar e descrever a história, permite-nos outras formas de olhar as coisas, de interpretar situações. A Literatura é uma criação que instrui, distrai, ajuda, e existem casos em que representa até mesmo a cura.
O que um professor procura fazer em suas aulas é que os alunos passem a conhecer e reconhecer posteriormente esta manifestação artística, bem como os contextos em que estão inseridas, características pertinentes a cada período literário e o mais importante, os autores e suas respectivas obras. Um exemplo bem interessante pode-se figurar assim: Machado de Assis é um escritor brasileiro, nascera no período em que o Brasil estava vivendo uma das maiores transformações de sua história, estávamos a poucos anos da vinda da família real portuguesa para cá, esta havia construído uma Rio de Janeiro totalmente diferente do que eram as demais cidades brasileiras. Cultura, entretenimento, política passavam a ser assuntos muito importantes para a população intelectual da época. Machado, apesar de pobre, filho de um pintor de paredes com uma lavadeira portuguesa, neto de escravos alforriados, e, ainda por cima, epilético, por mais que tivesse tudo para dar errado na vida, com apenas 16 anos, influenciado pelas novas maneiras que a época lhe permitia de interpretar a vida, empregou-se no jornal carioca “Marmota Fluminense” e em pouco tempo publicou sua primeira poesia. Deixava de ser o menino Joaquim Maria e se transformava no imortal Machado de Assis, escritor do Romantismo e Realismo, autor de obras como “Dom Casmurro”, “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Quincas Borba”, responsável por uma ironia refinada e sutil.
Com a Literatura, e as demais artes, é claro, podemos ver as transformações do mundo e das pessoas, podemos conhecer e ouvir o diálogo entre gerações. Podemos nos transformar, como no caso de Machado de Assis. Mas para alguns parece que não é bem assim. Quando se fala em Literatura, a ela está atrelada a leitura, nasce um dilema entre os brasileiros. Parece que ler é como se estivessem pagando uma pena alternativa, cumprido a um castigo. Muitos no Brasil não gostam de ler. Outros milhares ainda não despertaram o gosto pela leitura. Pesquisas afirmam que o brasileiro lê em média 2 livros por ano. É pouco. O pior é que acredito que muitos que estiverem lendo este texto ainda não completaram suas cotas.
Assustador. Mas parece que estamos caminhando para um bom “final feliz”. Costumo desafiar meus alunos diariamente e ainda nessa aula na qual estarei respondendo a tal pergunta sobre a Literatura darei uma dica que ficará como marca para o futuro leitor que acredito que se tornará. É fácil, pois se uma pessoa que ainda não tem o hábito de leitura lê uma página em apenas três minutos – pode fazer o teste – acredito que lerá 10 páginas em apenas meia hora (meia horinha por dia não cansa ninguém). Obviamente lerá 100 páginas em cinco horas, ou seja, dez dias. Se analisarmos que a maioria dos livros tem em média de 150 a 300 páginas, nota-se que não será difícil. O único fato a que o futuro assíduo leitor deverá ficar atento é que com uma boa disciplina irá longe. Parece fácil, não? Garanto que valerá a pena tentar.
Emerson Fulgêncio de Lima
Graduado em Letras e Pós-Graduado em Literatura pela UNIOESTE – FOZ DO IGUAÇU
É professor de Ensino Médio e Pré-Vestibular há 15 anos.
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